Manejo de Verão na Avicultura

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Guilherme Pimenta

Analista Técnico Comercial | Aves
MCassab Nutrição e Saúde Animal

Nos últimos anos, a primavera brasileira tem se mostrado atípica, com temperaturas elevadas que desafiam o padrão histórico da estação. Em dias de grande amplitude térmica e baixa umidade relativa do ar, o desempenho produtivo das aves é diretamente afetado, exigindo atenção especial dos avicultores. Neste cenário, o manejo de verão antecipado, se torna imprescindível. A MCassab apresenta algumas estratégias para minimizar os prejuízos nos resultados zootécnicos durante este período crítico.

  • Manejo pré-alojamento – o sucesso econômico da produção avícola é iniciado no intervalo entre lotes. Um manejo adequado de cama, limpeza e desinfecção do aviário/ núcleo, bem como a manutenção e testes de equipamentos (ventiladores/exaustores, placas evaporativas, nebulizadores, aquecedores, itens de segurança do aviário, entre outros), são fundamentais. O dimensionamento correto do pinteiro em períodos quentes também é crucial para garantir o conforto das aves e minimizar a competição por comedouros e bebedouros, fatores que impactam diretamente no desempenho dos animais.

  • Alojamento – proporcionar conforto térmico adequado no momento do alojamento dos pintinhos impacta positivamente no desenvolvimento do lote. As temperaturas ambiente e da cama devem estar ajustadas, assim como uma boa qualidade de ar, com fácil acesso à água e ração de qualidade. Além disso, o transporte das aves até o aviário e o tempo de alojamento também são fatores que influenciam no estresse térmico. Caminhões bem estruturados e uma equipe ágil e treinada para realizar o alojamento rapidamente ajudam a reduzir esse estresse térmico, favorecendo o desempenho futuro do lote.

  • Qualidade de água – A água, como nutriente essencial, deve ser de excelente qualidade físico-química e microbiológica, além de estar disponível em quantidade adequada e na altura e vazão corretas nos bebedouros. Durante os períodos de calor extremo, a temperatura da água é um ponto crucial. Estratégias como sombreamento das caixas d’água e a renovação periódica da água nas linhas de distribuição (flushing), podem reduzir os impactos negativos pelo aumento da temperatura, como o trânsito intestinal acelerado e passagem de ração.

  • Temperatura/Umidade – as aves são animais homeotérmicos, ou seja, mantém sua temperatura corporal entre 39ºC e 42ºC, independentemente da temperatura ambiente. Para dissipar o calor, adotam mecanismos como a abertura das asas e a ofegação. A termorregulação é importante para o bom funcionamento metabólico e enzimático, e cada fase da vida das aves demanda condições ideais de temperatura e umidade. Nos aviários, equipamentos de ventilação/refrigeração como ventiladores, exaustores, placas evaporativas e nebulizadores precisam estar bem dimensionados, programados e em perfeito funcionamento para controlar o calor e umidade. A combinação entre estes fatores, quando não pensados em sintonia pode ser fatal, pois, em ambientes com alta umidade, as aves têm maior dificuldade em dissipar calor, o que pode levar a situações críticas.

  • Sistemas de segurança do aviário – infelizmente, em períodos muito quentes, índices de acidentes em aviários são mais frequentes resultando em altas mortalidades e prejuízos econômicos. Estes acidentes podem ser evitados com o uso de sistemas de segurança, como o desarme de cortinas, alarmes, geradores de energia em bom funcionamento. Toda tecnologia envolvida neste segmento depende de sensores distribuídos em pontos estratégicos nos aviários, a partir da leitura correta estes sistemas são acionados quando necessário. Ignorar estas leituras e os sistemas de segurança pode ser catastrófico. Outro ponto relevante, mais simples porém não menos importante, são as divisórias. Sabe-se que existem diversas microrregiões dentro do mesmo aviário, fisiologicamente as aves migram para a microrregião que proporciona um melhor conforto térmico, o que pode acontecer amontoamento e mortalidade. A utilização deste equipamento é importante para evitar estas migrações.

  • Estratégias nutricionais – alguns manejos nutricionais podem ser adotados para minimizar a redução do desempenho zootécnico que comumente ocorre em épocas quentes. O ajuste em fontes energéticas e ácidos graxos nas dietas auxilia a compensar a baixa ingestão de nutrientes, decorrentes da alteração da fisiologia do apetite. Além disso, a menor geração de calor durante a digestão de gorduras quando comparado as proteínas, contribui para o conforto térmico das aves. A suplementação de vitaminas, minerais, aminoácidos e probióticos em água e/ou via ração também são alternativas utilizadas para minimizar os impactos do estresse térmico. Outra medida utilizada é o uso de produtos à base de óleos essenciais, opção que promove uma sensação de frescor perante as altas temperaturas e ainda melhora a função respiratória.

O manejo de verão na avicultura de corte é uma etapa fundamental para garantir o bem-estar das aves e maximizar os resultados zootécnicos durante os períodos de altas temperaturas. A implementação de estratégias antecipadas, como o manejo préalojamento, controle rigoroso da qualidade da água, regulação adequada de temperatura e umidade, sistemas de segurança eficientes e ajustes nutricionais específicos, podem fazer toda a diferença no desempenho das aves e na saúde geral do lote.

É crucial que os avicultores estejam atentos às variações climáticas e invistam em práticas preventivas, utilizando tecnologias e conhecimentos disponíveis para enfrentar os desafios do calor excessivo. Com o manejo correto, é possível minimizar os impactos negativos do estresse térmico e garantir a manutenção da produtividade e da saúde animal. A MCassab se coloca como parceira nesse processo, oferecendo soluções e orientações práticas para apoiar os produtores na obtenção de resultados consistentes e sustentáveis. 

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